Quinta-feira, 14 de novembro de 2013.- Quase um quarto dos latino-americanos - cerca de 130 milhões de pessoas - são obesos e algumas das maiores economias regionais, como México, Chile e Argentina, apresentam os maiores percentuais de adultos com excesso de peso.
A obesidade não é mais um problema exclusivo dos países ricos. A proliferação de dietas insalubres e em excesso de calorias, exercícios inadequados e estilos de vida sedentários fizeram com que a América Latina se tornasse cada vez mais obesa, um aumento que ameaça as fundações de seus sistemas de saúde.
Os custos também são um fardo pesado para o desenvolvimento da região. Segundo este estudo da Organização Pan-Americana da Saúde, apenas os gastos com saúde resultantes do diabetes - a principal doença relacionada à obesidade - atingem 65.000 milhões de dólares por ano.
Se essa tendência não for interrompida, até 2030 o número de latino-americanos obesos chegará a 30% da população, segundo dados do Banco Mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade tornou-se uma epidemia global que mata a vida de pelo menos 2, 8 milhões de adultos a cada ano.
Para a América Latina, esses números representam um aumento indesejável de consultas médicas, gastos com saúde e populações com maior risco de doenças não transmissíveis, como hipertensão, diabetes ou doenças cardiovasculares.
"Os países da região estão preparando seus sistemas de saúde para enfrentar um aumento no número de pacientes com doenças crônicas decorrentes da obesidade, mas ainda precisam fortalecer a atenção primária para detectar os riscos e preveni-los a tempo", diz María Eugenia Bonilla, especialista em saúde do Banco Mundial.
Um dos países latino-americanos mais afetados é o México. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 32, 8% da população mexicana é considerada obesa, cifra que catapultou o país para o primeiro lugar no mundo, relegando os Estados Unidos a segundo lugar. Outros países da região que enfrentam problemas semelhantes são Chile e Argentina, com 29, 1% e 29, 4% da população obesa, respectivamente.
O México lançou recentemente uma campanha nacional contra obesidade e diabetes, que inclui medidas como a aplicação de uma taxa de um peso a bebidas açucaradas ou a aplicação de um imposto de 8% sobre junk food. No entanto, em geral, a resposta dos governos da região à epidemia de obesidade tem sido ruim.
O exemplo de outros lugares do mundo também mostra que atacar o problema pode gerar polêmica. Como quando a cidade de Nova York proibiu a venda de refrigerantes e bebidas açucaradas acima de 0, 47 litros. A iniciativa do prefeito Michael Bloomberg terminou no Tribunal de Apelações do estado.
Em outros países, os "agressores" foram diretamente punidos. No Japão, por exemplo, empresas cujos trabalhadores excedem certas medidas corporais são punidas com multas severas.
Não está claro para os especialistas que a redução da obesidade é uma das principais prioridades de políticas públicas. Embora pareça haver uma maior conscientização sobre o problema.
"Na América Latina, existe uma conscientização para incentivar estilos de vida mais saudáveis e facilitar espaços públicos para atividades físicas. Também em algumas escolas e locais de trabalho, por exemplo, está começando a melhorar a dieta e incentivar o exercício" diz Bonilla.
Ele alerta, no entanto, que todos os esforços para controlar a obesidade cairão em um saco quebrado, sem incluir o governo, o setor privado e as comunidades.
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A obesidade não é mais um problema exclusivo dos países ricos. A proliferação de dietas insalubres e em excesso de calorias, exercícios inadequados e estilos de vida sedentários fizeram com que a América Latina se tornasse cada vez mais obesa, um aumento que ameaça as fundações de seus sistemas de saúde.
Os custos também são um fardo pesado para o desenvolvimento da região. Segundo este estudo da Organização Pan-Americana da Saúde, apenas os gastos com saúde resultantes do diabetes - a principal doença relacionada à obesidade - atingem 65.000 milhões de dólares por ano.
Se essa tendência não for interrompida, até 2030 o número de latino-americanos obesos chegará a 30% da população, segundo dados do Banco Mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade tornou-se uma epidemia global que mata a vida de pelo menos 2, 8 milhões de adultos a cada ano.
Para a América Latina, esses números representam um aumento indesejável de consultas médicas, gastos com saúde e populações com maior risco de doenças não transmissíveis, como hipertensão, diabetes ou doenças cardiovasculares.
"Os países da região estão preparando seus sistemas de saúde para enfrentar um aumento no número de pacientes com doenças crônicas decorrentes da obesidade, mas ainda precisam fortalecer a atenção primária para detectar os riscos e preveni-los a tempo", diz María Eugenia Bonilla, especialista em saúde do Banco Mundial.
Um dos países latino-americanos mais afetados é o México. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 32, 8% da população mexicana é considerada obesa, cifra que catapultou o país para o primeiro lugar no mundo, relegando os Estados Unidos a segundo lugar. Outros países da região que enfrentam problemas semelhantes são Chile e Argentina, com 29, 1% e 29, 4% da população obesa, respectivamente.
O que é feito sobre isso?
O México lançou recentemente uma campanha nacional contra obesidade e diabetes, que inclui medidas como a aplicação de uma taxa de um peso a bebidas açucaradas ou a aplicação de um imposto de 8% sobre junk food. No entanto, em geral, a resposta dos governos da região à epidemia de obesidade tem sido ruim.
O exemplo de outros lugares do mundo também mostra que atacar o problema pode gerar polêmica. Como quando a cidade de Nova York proibiu a venda de refrigerantes e bebidas açucaradas acima de 0, 47 litros. A iniciativa do prefeito Michael Bloomberg terminou no Tribunal de Apelações do estado.
Em outros países, os "agressores" foram diretamente punidos. No Japão, por exemplo, empresas cujos trabalhadores excedem certas medidas corporais são punidas com multas severas.
Não está claro para os especialistas que a redução da obesidade é uma das principais prioridades de políticas públicas. Embora pareça haver uma maior conscientização sobre o problema.
"Na América Latina, existe uma conscientização para incentivar estilos de vida mais saudáveis e facilitar espaços públicos para atividades físicas. Também em algumas escolas e locais de trabalho, por exemplo, está começando a melhorar a dieta e incentivar o exercício" diz Bonilla.
Ele alerta, no entanto, que todos os esforços para controlar a obesidade cairão em um saco quebrado, sem incluir o governo, o setor privado e as comunidades.
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