As Amazonas estão lançando uma campanha educativa voltada para mulheres com câncer de mama avançado, sob o slogan “É assim - eu tenho escolha!”. - Nosso objetivo é conscientizar o maior grupo possível de pacientes de que podem escolher os métodos de tratamento - afirma Krystyna Wechmann, fundadora e presidente da Federação das Associações "Amazonas".
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A primeira parte do slogan da campanha “É Como Está” é enfatizar a importância de perceber que o câncer de mama avançado não é o fim, mas uma fase da vida que continua, uma doença crônica com a qual temos o direito de viver com dignidade. Como a vida com câncer avançado é a vida cotidiana de milhares de mulheres na Polônia, as amazonas querem ensinar às polonesas: como falar sobre uma doença que não deveria ser um tabu e como conversar com seus entes queridos sobre os assuntos mais difíceis relacionados ao tratamento.
A segunda parte do slogan: "Eu tenho uma escolha" é conscientizar os pacientes sobre a importância das relações de parceria com o médico e a escolha consciente das opções e caminhos de tratamento durante a terapia.
- É muito importante que o período de tratamento seja o melhor período da vida dela para a paciente, para que ela possa aproveitar - diz Krystyna Wechmann, fundadora e presidente da Federação das Associações da Amazônia.
Pesquisa entre pacientes e médicos
Uma das primeiras atividades planejadas pelo Amazonas será um levantamento com oncologistas e mulheres com câncer que estão fazendo ou concluíram terapia. Os questionários têm como objetivo mostrar como a questão da escolha dos métodos de tratamento disponíveis é percebida pelos médicos e pelos pacientes. Os organizadores da campanha destacam que não se trata de buscar diferenças, mas de construir uma plataforma de diálogo.
- Há cerca de uma dezena de anos, uma parceria na relação médico-paciente era praticamente impossível. Nenhum paciente pensaria em perguntar ao médico se ela poderia ver outras opções de tratamento além das que ele havia sugerido em primeiro lugar. Além disso, a grande maioria dos pacientes não sabia que havia escolha. Hoje, graças à nossa formação, treinamento e encontros com médicos, sabemos muito mais sobre o câncer de mama e podemos cooperar com o médico em parceria - afirma Krystyna Wechmann.
Ela acrescenta que essa abordagem é particularmente importante e é especialmente verdadeira para mulheres com câncer de mama avançado.
- Temos muito mais consciência e discernimento, pois já passamos da primeira fase da doença. Portanto, o medo do tratamento também é completamente diferente conosco. Nós sabemos o que temos que enfrentar. Nessa situação, a escolha mais importante para nós está relacionada à qualidade de vida - enfatiza o fundador do Amazonas.
Ele acrescenta que a campanha é dirigida às pessoas que tiveram recaídas, o que pode acontecer depois de um ano, mas também depois de cinco ou quinze anos, e às mulheres que adoeceram pela primeira vez.
- Há algum tempo, os médicos afirmam claramente que o câncer de mama é classificado como uma doença crônica. Isso nos dá uma perspectiva completamente diferente, porque quando essa doença nos chega pela segunda vez, podemos dizer que não é mais uma frase. Era uma vez, o primeiro diagnóstico era percebido assim, então quando alguém ouvia "recaída", automaticamente pensava: "bom, agora certamente não tenho chance". Hoje, esse pensamento mudou muito - diz Krystyna Wechmann. - É por isso que temos de tratar também da questão dos tratamentos paliativos, que hoje não significa que me resta uma semana ou um mês. Também queremos revisar afirmações comuns como "Eu venci o câncer". Não ganhei - recebi tratamento, tive sucesso no tratamento do câncer, mas ainda há risco de recaída.
Agnieszka Jagiełło-Gruszfeld, oncologista do Centro de Oncologia de Varsóvia Maria Curie-Skłodowska admite que a relação médico-paciente mudou nos últimos anos. A medicina paternalista é coisa do passado e o médico torna-se um parceiro com quem tomam decisões conjuntas.
- Claro, em algumas situações é mais fácil para o médico e em outras mais difícil. Na minha opinião, porém, esta é a melhor opção, porque graças a ela se chega a um consenso quanto aos objetivos que queremos alcançar junto com o paciente por meio da terapia - afirma Agnieszka Jagiełło-Gruszfeld.
Ele acrescenta que, de acordo com as recomendações da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) - ao escolher os métodos de tratamento, o médico deve, é claro, levar em consideração as considerações médicas em primeiro lugar, mas as preferências do paciente, status socioeconômico e aspectos psicológicos do tratamento devem ser igualmente importantes.
- Quando entramos em detalhes, podemos pensar se a opção de administrar o medicamento por via intravenosa ou oral é melhor em um determinado caso. E é claro que, na maioria das situações, o tratamento oral é a melhor opção. Por ser menos estressante, não envolve injeção ou cirurgia. As exceções são, claro, os pacientes que sofrem de demência e podem esquecer de tomar o remédio, ou aqueles que têm problemas para engolir ou absorver o remédio, acrescenta o oncologista.
Eventos de campanha
"É o que é - eu tenho uma escolha!" é uma campanha de longo prazo. As amazonas vão falar sobre os problemas do tratamento do câncer no contexto médico, psicológico e social. O eixo da campanha será uma inspiradora peça de teatro em muitas cidades da Polónia intitulada "Jest As jest", preparada com base numa história autêntica descrita no livro de Malina Stahre-Godycka "Duas Mulheres - Uma Esperança".
Junto com a protagonista da peça, interpretada por Agnieszka Różańska, os telespectadores poderão passar três anos de sua vida com a doença. A aceitação da doença e da morte demonstrada pela protagonista da peça desperta a esperança e ajuda muitas mulheres enfermas e seus familiares.
- Estou feliz por poder fazer este show para telespectadores tão especiais como Amazonas e suas famílias. Então, para as pessoas que são diretamente afetadas pelo que toco, diz Agnieszka Różańska. - Não tenho dúvidas de que falar de temas como estar ao lado de um doente grave ou encontrar esperança na morte é extremamente importante para cada um de nós.
Como parte dos eventos de campanha, também está prevista a organização de uma série de workshops e encontros educacionais por toda a Polônia, um spot de campanha, bem como filmes sobre a história e o futuro da Federação com a participação de, entre outros: Krystyna Wechmann, Presidente da Federação das Associações "Amazônicas", atriz Hanna Śleszyńska e escritores - Krystyna Kofty. As Amazonas também vão escrever um guia sobre o câncer de mama e um guia "É como é" dedicado às pacientes e seus familiares, sobre o papel da comunicação no câncer.