Quinta-feira, 28 de março de 2013.- Após 50 anos de pesquisa, um novo medicamento para tuberculose está disponível. Bedaquilin realmente revolucionará a terapia?
A tuberculose não foi erradicada. Na Europa Oriental, o impacto da doença aumenta. Causada pelo patógeno Mycobacterium tuberculosis, afeta os pulmões em 80% dos casos. Um sistema imunológico previamente enfraquecido, por exemplo, por uma infecção pelo vírus HIV ou AIDS, atua a favor da bactéria.
Cerca de nove milhões de pessoas adoecem anualmente em todo o mundo. Desses, cerca de dois milhões morrem. A terapia é lenta. Ainda são utilizados medicamentos datados de 1963. No entanto, 50 anos depois, foi obtido um novo medicamento que renova as esperanças: Bedaquilin. A Administração de Alimentos e Medicamentos do Governo dos Estados Unidos (FDA) aprovou em janeiro passado.
Para o professor Tom Schaberg, Bedaqulin não representa exatamente um marco, mas recorre a um novo mecanismo de ação. "Portanto, é uma contribuição para o tratamento da tuberculose. O novo medicamento será usado onde houver resistência", explica Scharberg. O médico é membro do Comitê Central Alemão de Combate à Tuberculose (DZK). A DZK foi fundada em 1895, quando a tuberculose era uma doença popular na Alemanha. A organização é considerada hoje um dos tomadores de decisão mais importantes no confronto com a doença na Alemanha.
Um dos principais objetivos da pesquisa em tuberculose é a redução do tempo de tratamento, que atualmente se estende por seis meses. "Se a terapia pudesse ser reduzida para três ou quatro meses, seria um grande passo", diz Schaberg. Também seria importante poder combinar Bedaquilin com outras substâncias atualmente disponíveis no mercado.
A tuberculose é sempre tratada com uma série de medicamentos ao mesmo tempo. Caso contrário, a resistência se desenvolve. No caso de cepas de tuberculose multirresistentes, o paciente deve ser tratado com medicamentos da chamada segunda geração por um período de 2 anos. "Esperamos que represente um marco para o tratamento", diz Oliver Moldenhauer, da ONG Médicos Sem Fronteiras. "Mas isso indica o tempo. Até agora, o remédio tem sido pouco utilizado e as experiências acumuladas não são suficientes para prever", diz ele.
Bedaquilin estará acessível onde a doença ocorre mais, acredita Tom Scharberg. O medicamento foi desenvolvido em cooperação com organizações não-governamentais (ONGs), uma empresa farmacêutica americana e a chamada TB Alliance.
A Organização Mundial da Saúde (OMC), a Fundação Bill e Melinda Gates, bem como outras ONGs, se reúnem na TB Alliance. Preocupadas com a luta contra a tuberculose, essas instituições levantaram um orçamento para um Fundo Global nas últimas décadas. Com este fundo é financiado o desenvolvimento de medicamentos contra a tuberculose. Um sinal claro, diz Scharberg, é que, imediatamente após a aprovação, o medicamento foi oferecido a preços acessíveis em países sem recursos financeiros.
Por enquanto, o medicamento só foi aprovado nos Estados Unidos. Na Alemanha, no entanto, foi dito que poderia ser usado em certos casos. Para isso, teria que ser solicitado e justificado perante as autoridades competentes. "É uma solução para pacientes nos quais foi determinado que nada mais pode ser feito", explica Oliver Moldenhauer.
A doença geralmente começa silenciosamente, com sintomas gerais como cansaço e sono. Em algum momento, a tosse também aparece. E é comum que, por muito tempo, os pacientes não se sintam doentes e, portanto, cheguem relativamente tarde ao médico.
Em países como a Alemanha, por exemplo, os médicos de família não pensam na doença em primeiro lugar, diz o professor Walter Haas, do Instituto Robert Koch, em Berlim: "Isso atrasa o diagnóstico e aumenta o risco de infecção". E esse perigo pode durar anos e até décadas.
No entanto, o maior desafio no combate à tuberculose continua sendo o desenvolvimento de uma vacina eficaz.
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A tuberculose não foi erradicada. Na Europa Oriental, o impacto da doença aumenta. Causada pelo patógeno Mycobacterium tuberculosis, afeta os pulmões em 80% dos casos. Um sistema imunológico previamente enfraquecido, por exemplo, por uma infecção pelo vírus HIV ou AIDS, atua a favor da bactéria.
Cerca de nove milhões de pessoas adoecem anualmente em todo o mundo. Desses, cerca de dois milhões morrem. A terapia é lenta. Ainda são utilizados medicamentos datados de 1963. No entanto, 50 anos depois, foi obtido um novo medicamento que renova as esperanças: Bedaquilin. A Administração de Alimentos e Medicamentos do Governo dos Estados Unidos (FDA) aprovou em janeiro passado.
Tratamento mais curto?
Para o professor Tom Schaberg, Bedaqulin não representa exatamente um marco, mas recorre a um novo mecanismo de ação. "Portanto, é uma contribuição para o tratamento da tuberculose. O novo medicamento será usado onde houver resistência", explica Scharberg. O médico é membro do Comitê Central Alemão de Combate à Tuberculose (DZK). A DZK foi fundada em 1895, quando a tuberculose era uma doença popular na Alemanha. A organização é considerada hoje um dos tomadores de decisão mais importantes no confronto com a doença na Alemanha.
Um dos principais objetivos da pesquisa em tuberculose é a redução do tempo de tratamento, que atualmente se estende por seis meses. "Se a terapia pudesse ser reduzida para três ou quatro meses, seria um grande passo", diz Schaberg. Também seria importante poder combinar Bedaquilin com outras substâncias atualmente disponíveis no mercado.
A tuberculose é sempre tratada com uma série de medicamentos ao mesmo tempo. Caso contrário, a resistência se desenvolve. No caso de cepas de tuberculose multirresistentes, o paciente deve ser tratado com medicamentos da chamada segunda geração por um período de 2 anos. "Esperamos que represente um marco para o tratamento", diz Oliver Moldenhauer, da ONG Médicos Sem Fronteiras. "Mas isso indica o tempo. Até agora, o remédio tem sido pouco utilizado e as experiências acumuladas não são suficientes para prever", diz ele.
Usá-lo sem permissão?
Bedaquilin estará acessível onde a doença ocorre mais, acredita Tom Scharberg. O medicamento foi desenvolvido em cooperação com organizações não-governamentais (ONGs), uma empresa farmacêutica americana e a chamada TB Alliance.
A Organização Mundial da Saúde (OMC), a Fundação Bill e Melinda Gates, bem como outras ONGs, se reúnem na TB Alliance. Preocupadas com a luta contra a tuberculose, essas instituições levantaram um orçamento para um Fundo Global nas últimas décadas. Com este fundo é financiado o desenvolvimento de medicamentos contra a tuberculose. Um sinal claro, diz Scharberg, é que, imediatamente após a aprovação, o medicamento foi oferecido a preços acessíveis em países sem recursos financeiros.
Por enquanto, o medicamento só foi aprovado nos Estados Unidos. Na Alemanha, no entanto, foi dito que poderia ser usado em certos casos. Para isso, teria que ser solicitado e justificado perante as autoridades competentes. "É uma solução para pacientes nos quais foi determinado que nada mais pode ser feito", explica Oliver Moldenhauer.
O maior desafio ...
A doença geralmente começa silenciosamente, com sintomas gerais como cansaço e sono. Em algum momento, a tosse também aparece. E é comum que, por muito tempo, os pacientes não se sintam doentes e, portanto, cheguem relativamente tarde ao médico.
Em países como a Alemanha, por exemplo, os médicos de família não pensam na doença em primeiro lugar, diz o professor Walter Haas, do Instituto Robert Koch, em Berlim: "Isso atrasa o diagnóstico e aumenta o risco de infecção". E esse perigo pode durar anos e até décadas.
No entanto, o maior desafio no combate à tuberculose continua sendo o desenvolvimento de uma vacina eficaz.
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