Terça-feira, 15 de abril de 2014. - Crianças que foram vítimas de violência e abuso familiar mostram mudanças no cérebro semelhantes às dos soldados expostos a combates, revela uma investigação.
Cientistas da Universidade de Londres realizaram exames cerebrais em crianças expostas à violência em suas casas.
Eles descobriram que seus cérebros mostravam maior atividade em duas áreas do cérebro associadas à detecção de ameaças e transtornos de ansiedade.
Eles são os mesmos efeitos observados no cérebro de soldados expostos a situações violentas de combate, dizem os pesquisadores na revista Current Biology.
Segundo os cientistas, esta é a primeira investigação que mostra com imagens de ressonância magnética (ressonância magnética funcional) o impacto que o abuso físico e a violência doméstica têm sobre as crianças.
"Até agora estamos começando a entender como o abuso infantil influencia as funções dos sistemas emocionais do cérebro", diz o Dr. Eamon McCrory, que liderou o estudo.
"Esta pesquisa é importante porque nos oferece as primeiras pistas de como as regiões do cérebro da criança se adaptam às primeiras experiências de abuso em casa", acrescenta.
O estudo envolveu 43 crianças com idade média de 12 anos. Vinte deles foram vítimas de violência familiar, documentados nos registros dos serviços sociais de Londres.
As outras 23 crianças não sofreram abuso ou violência em suas casas.
Como explica o Dr. McCrory, todas as crianças estudadas eram saudáveis e nenhuma apresentava sintomas de qualquer problema de saúde mental.
As crianças foram submetidas a exames cerebrais por ressonância magnética enquanto mostravam imagens de rostos masculinos e femininos com expressões de tristeza, calma e raiva.
"Esta pesquisa é importante porque nos dá as primeiras pistas de como as regiões do cérebro da criança se adaptam às primeiras experiências de abuso em casa" (Dr. Eamon McCrory).
As crianças só precisavam responder se o rosto era masculino ou feminino, para que o processamento da emoção que representassem fosse incidental.
Os resultados mostraram que o cérebro de crianças expostas à violência doméstica era mais ativo na ínsula anterior e na amígdala quando respondiam a rostos raivosos.
Essas duas regiões do cérebro, explicam os pesquisadores, foram associadas a distúrbios de ansiedade e detecção de ameaças.
O que sugere que os cérebros de crianças agredidas, como os soldados expostos à luta, se adaptam para serem "hiper-alertas" a qualquer sinal de perigo no ambiente circundante.
Segundo os pesquisadores, essa adaptação do cérebro parece não causar danos permanentes ao cérebro das crianças, mas poderia explicar por que crianças vítimas de abuso correm maior risco de desenvolver problemas de ansiedade mais tarde na vida.
Os cientistas acreditam que, embora essa adaptação cerebral seja de curto prazo, ela poderia aumentar a vulnerabilidade desses indivíduos a desenvolver problemas de saúde mental no futuro, principalmente distúrbios de ansiedade.
"O que mostramos é que a exposição à violência familiar está associada a uma alteração das funções cerebrais", diz o Dr. McCrory.
"E essas alterações podem representar um fator de risco neural subjacente. Acreditamos que essas alterações podem ser adaptáveis para a criança a curto prazo, mas podem aumentar seu risco a longo prazo".
O cientista acrescenta que "esses resultados mostram a importância de levar a sério o impacto de uma criança que vive em uma família caracterizada pela violência".
"Mesmo que essa criança não mostre sinais manifestos de ansiedade ou depressão, essas experiências parecem ter um efeito mensurável no nível neural", acrescenta o cientista.
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Cientistas da Universidade de Londres realizaram exames cerebrais em crianças expostas à violência em suas casas.
Eles descobriram que seus cérebros mostravam maior atividade em duas áreas do cérebro associadas à detecção de ameaças e transtornos de ansiedade.
Eles são os mesmos efeitos observados no cérebro de soldados expostos a situações violentas de combate, dizem os pesquisadores na revista Current Biology.
Segundo os cientistas, esta é a primeira investigação que mostra com imagens de ressonância magnética (ressonância magnética funcional) o impacto que o abuso físico e a violência doméstica têm sobre as crianças.
"Até agora estamos começando a entender como o abuso infantil influencia as funções dos sistemas emocionais do cérebro", diz o Dr. Eamon McCrory, que liderou o estudo.
"Esta pesquisa é importante porque nos oferece as primeiras pistas de como as regiões do cérebro da criança se adaptam às primeiras experiências de abuso em casa", acrescenta.
O estudo envolveu 43 crianças com idade média de 12 anos. Vinte deles foram vítimas de violência familiar, documentados nos registros dos serviços sociais de Londres.
As outras 23 crianças não sofreram abuso ou violência em suas casas.
Como explica o Dr. McCrory, todas as crianças estudadas eram saudáveis e nenhuma apresentava sintomas de qualquer problema de saúde mental.
"Hiperalertas"
As crianças foram submetidas a exames cerebrais por ressonância magnética enquanto mostravam imagens de rostos masculinos e femininos com expressões de tristeza, calma e raiva.
"Esta pesquisa é importante porque nos dá as primeiras pistas de como as regiões do cérebro da criança se adaptam às primeiras experiências de abuso em casa" (Dr. Eamon McCrory).
As crianças só precisavam responder se o rosto era masculino ou feminino, para que o processamento da emoção que representassem fosse incidental.
Os resultados mostraram que o cérebro de crianças expostas à violência doméstica era mais ativo na ínsula anterior e na amígdala quando respondiam a rostos raivosos.
Essas duas regiões do cérebro, explicam os pesquisadores, foram associadas a distúrbios de ansiedade e detecção de ameaças.
O que sugere que os cérebros de crianças agredidas, como os soldados expostos à luta, se adaptam para serem "hiper-alertas" a qualquer sinal de perigo no ambiente circundante.
Segundo os pesquisadores, essa adaptação do cérebro parece não causar danos permanentes ao cérebro das crianças, mas poderia explicar por que crianças vítimas de abuso correm maior risco de desenvolver problemas de ansiedade mais tarde na vida.
Os cientistas acreditam que, embora essa adaptação cerebral seja de curto prazo, ela poderia aumentar a vulnerabilidade desses indivíduos a desenvolver problemas de saúde mental no futuro, principalmente distúrbios de ansiedade.
"O que mostramos é que a exposição à violência familiar está associada a uma alteração das funções cerebrais", diz o Dr. McCrory.
"E essas alterações podem representar um fator de risco neural subjacente. Acreditamos que essas alterações podem ser adaptáveis para a criança a curto prazo, mas podem aumentar seu risco a longo prazo".
O cientista acrescenta que "esses resultados mostram a importância de levar a sério o impacto de uma criança que vive em uma família caracterizada pela violência".
"Mesmo que essa criança não mostre sinais manifestos de ansiedade ou depressão, essas experiências parecem ter um efeito mensurável no nível neural", acrescenta o cientista.
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