Terça-feira, 4 de junho de 2013. - Não são boas notícias, mas é uma realidade que os oncologistas conhecem há anos. O câncer de mama metastático, que se espalha para outros órgãos ou se reproduz após uma cura inicial, permanece uma doença incurável. No entanto, como no vilarejo de Asterix, algumas mulheres resistem ao invasor por anos e anos, outras até sem um traço dele em seus corpos.
"Não corremos o risco de falar sobre cura, que no câncer de mama avançado há muito a dizer, porque podem cair muitos anos depois", explica o oncologista do Hospital de La Paz, em Madri, Enrique Espinosa.
Esse especialista é o primeiro signatário de um estudo para o qual, infelizmente, tem sido muito difícil selecionar pacientes, que tinham de pertencer a esse grupo de sobreviventes longos, aqueles que lidam com câncer complicado há anos e que, segundo as estatísticas, eles já deveriam ter recebido as piores notícias, "não podemos mais fazer mais nada por você".
No final, foram selecionados 103 pacientes de 16 hospitais. As participantes foram afetadas por um dos piores tipos de câncer de mama, o HER 2 positivo, no entanto, responde muito bem à primeira terapia personalizada para câncer, o trastuzumabe.
Assim, a primeira opção para esses pacientes ao apresentarem uma metástase ou serem detectados com câncer de mama avançado é tratá-los com o medicamento, até que ele deixe de ser eficaz, momento em que existem outras terapias, nenhuma delas curativa no momento.
Os participantes do LongHER (chamado estudo apresentado ontem em Chicago, na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, ASCO) nunca necessitaram de outras terapias. E os pesquisadores espanhóis queriam descobrir o porquê. No entanto, o trabalho deu pouca luz sobre as chaves dos sortudos. A única característica comum à maioria é que nenhum deles foi tratado com trastuzumabe antes da recidiva da doença, algo que agora é o padrão na prática clínica em mulheres com esse tipo de câncer.
Mas o trabalho, que comparou esses "sobreviventes longos" com um grupo de controle com as mesmas características que responderam mal ao tratamento, deu pistas sobre as características dos menos afortunados. A análise do genoma dos tumores permitiu distinguir as características que levaram o câncer de mama HER 2 positivo a não responder à medicação projetada especificamente para ele.
"Isso nos permitirá saber quem prescrever os novos medicamentos diretamente", diz Espinosa, que, no entanto, ressalta que ainda restam "cerca de três anos" até que essa análise seja realizada rotineiramente. É o tempo que levaria para obter os resultados de um estudo, para o qual eles solicitarão financiamento por meio de uma bolsa do Health Research Fund (FIS), que permite padronizar os testes necessários para descobrir o que essa primeira análise apontou.
Além de LongHER, outro trabalho espanhol procurou encontrar os fatores que permitem prever uma sobrevida maior ou menor nas pessoas afetadas por esse tipo de câncer de mama, que responde por 20% do total desse tumor. O estudo liderado por Antonio LLombart, do Hospital Vall d'Hebron, utiliza um dos maiores estudos de pacientes com câncer de mama avançado, que analisou 2.264 mulheres com essa condição.
Os pesquisadores concluíram que o fator que mais ajuda a prever uma sobrevivência curta é que muito pouco tempo se passa entre a cirurgia e a recaída, especificamente menos de um ano. O estudo 'desculpa' outros fatores que foram considerados muito negativos, como a condição tripla negativa, um tipo de câncer de mama com um prognóstico muito ruim.
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"Não corremos o risco de falar sobre cura, que no câncer de mama avançado há muito a dizer, porque podem cair muitos anos depois", explica o oncologista do Hospital de La Paz, em Madri, Enrique Espinosa.
Esse especialista é o primeiro signatário de um estudo para o qual, infelizmente, tem sido muito difícil selecionar pacientes, que tinham de pertencer a esse grupo de sobreviventes longos, aqueles que lidam com câncer complicado há anos e que, segundo as estatísticas, eles já deveriam ter recebido as piores notícias, "não podemos mais fazer mais nada por você".
No final, foram selecionados 103 pacientes de 16 hospitais. As participantes foram afetadas por um dos piores tipos de câncer de mama, o HER 2 positivo, no entanto, responde muito bem à primeira terapia personalizada para câncer, o trastuzumabe.
Assim, a primeira opção para esses pacientes ao apresentarem uma metástase ou serem detectados com câncer de mama avançado é tratá-los com o medicamento, até que ele deixe de ser eficaz, momento em que existem outras terapias, nenhuma delas curativa no momento.
Os participantes do LongHER (chamado estudo apresentado ontem em Chicago, na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, ASCO) nunca necessitaram de outras terapias. E os pesquisadores espanhóis queriam descobrir o porquê. No entanto, o trabalho deu pouca luz sobre as chaves dos sortudos. A única característica comum à maioria é que nenhum deles foi tratado com trastuzumabe antes da recidiva da doença, algo que agora é o padrão na prática clínica em mulheres com esse tipo de câncer.
Mas o trabalho, que comparou esses "sobreviventes longos" com um grupo de controle com as mesmas características que responderam mal ao tratamento, deu pistas sobre as características dos menos afortunados. A análise do genoma dos tumores permitiu distinguir as características que levaram o câncer de mama HER 2 positivo a não responder à medicação projetada especificamente para ele.
"Isso nos permitirá saber quem prescrever os novos medicamentos diretamente", diz Espinosa, que, no entanto, ressalta que ainda restam "cerca de três anos" até que essa análise seja realizada rotineiramente. É o tempo que levaria para obter os resultados de um estudo, para o qual eles solicitarão financiamento por meio de uma bolsa do Health Research Fund (FIS), que permite padronizar os testes necessários para descobrir o que essa primeira análise apontou.
Fatores prognósticos
Além de LongHER, outro trabalho espanhol procurou encontrar os fatores que permitem prever uma sobrevida maior ou menor nas pessoas afetadas por esse tipo de câncer de mama, que responde por 20% do total desse tumor. O estudo liderado por Antonio LLombart, do Hospital Vall d'Hebron, utiliza um dos maiores estudos de pacientes com câncer de mama avançado, que analisou 2.264 mulheres com essa condição.
Os pesquisadores concluíram que o fator que mais ajuda a prever uma sobrevivência curta é que muito pouco tempo se passa entre a cirurgia e a recaída, especificamente menos de um ano. O estudo 'desculpa' outros fatores que foram considerados muito negativos, como a condição tripla negativa, um tipo de câncer de mama com um prognóstico muito ruim.
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