Os cientistas descobriram uma mutação específica do coronavírus, que o torna mais contagioso, pois penetra nas células atacadas com mais facilidade e rapidez. Segundo os pesquisadores, isso poderia explicar por que o vírus se espalha mais rápido e é mais perigoso em algumas partes do mundo.
A mutação foi descoberta há alguns meses. Já há algum tempo, cientistas do laboratório Los Alamos, no Novo México, alertaram que poderia ser mais contagioso do que a forma comum do coronavírus SARS-CoV-2.
Agora, mais relatórios surgiram. Pesquisadores da Scripps Research em Nova York relataram que uma mutação específica marcada com o símbolo D614G faz com que mais protuberâncias semelhantes a espinhos se formem na superfície do coronavírus SARS-CoV-2 (eles formam a coroa característica da qual o nome desse patógeno é derivado). Graças a essas saliências, o vírus se liga às células e pode penetrá-las.
Conforme relatado pela Agência de Imprensa polonesa, um dos autores do estudo Hyeryun Choe afirma que tal coronavírus mutado tem quatro a até cinco vezes mais protuberâncias em sua superfície. O especialista admite, porém, que esta ainda é apenas uma hipótese que precisa ser confirmada por novos estudos.
Os pesquisadores acreditam que a mutação D614G poderia explicar por que em algumas regiões, como Itália e Espanha, o coronavírus se espalhou rapidamente e afetou muitas pessoas, sobrecarregando ainda mais os cuidados médicos.
Isso não significa que essa mutação cause um curso mais grave da doença COVID-19 e maior mortalidade: ela apenas se espalha mais rápido, de modo que, quando ocorre em uma população, há muito mais infecções do que na forma primária do coronavírus.
A mutação D614G foi estudada em todo o mundo por vários meses. Houve suspeitas antes disso, se alguns coronavírus SARS-CoV-2 são mais contagiosos, pode estar relacionado a ele.
Fonte: PAP
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